Ainda sobre o Caso Da Menina Isabella- Não esqueci.

Entra semana, sai semana, e os Peritos sempre com uma dúvida à mão: quem matou a menina Isabella.

Já havia comentado aqui, em um post mais antigo, a minha revolta sobre o assunto. Vejo que, como eu, há milhares de pessoas acompanhando diversas notícias soltas, especulações infundadas e sensacionalismo barato de programas de tv (respeitando a honestidade e a integridade de alguns).

Pois bem... Sinto-me no direito de comentar, humildemente, nesse espaço que eu criei, e que, para mim, não é só mais um passatempo. A todos que lêem, devo esclarecer que não sou senhora da verdade, e nem Advogada ou Promotora de Direito. Apenas acredito que devemos sempre estar buscando a verdade, mesmo que ela não esteja tão nítida aos nossos olhos.

Nos últimos dias, pareceu-me brincadeira o joguinho de provas entre Defesa e Acusação do caso. Um trazia uma testemunha à midia, o outro logo arranjava uma imagem ou fato para contornar. Depois ainda não sabem como o povo ficou tão alvoroçado com o ocorrido! Parece novela, onde as provas são lançadas a torto e a direito.

A questão é mais séria, e quem acompanha deve achar estranho alguns fatos mostrados até hoje. Eis-me alguns exemplos (vou controlar-me para não fazer acusações, apesar de já ter a minha resposta sobre essa confusão).

1a Questão
Vale ressaltar, antes de mais nada, que hoje, ao acompanhar o noticário do Jornal da Globo , divulgou-se duas testemunhas de acusação que moravam em frente ao prédio onde ocorreu o assassinato, e que confirmam terem ouvido a voz da "madrastra" de Isabella (permito-me citar apenas o nome da menina) aos gritos, momentos antes da menina ser jogada do apartamento. (http://g1.globo.com/Noticias/SaoPaulo/0,,MUL402787-5605,00.html)

Gostaria de poder conversar com um psicólogo, para uma análise profunda do comportamento dos acusados. Fora a questão que os dois não são simpáticos, e nem fingem ser, há uma certa frieza, percebida de início pelos vizinhos na hora do crime, e agora pelo povo. Há a falta de carinho, a falta de emoção. E, pra completar, duas cartas entregues a impressa, com conteúdo extremante parecido, onde os acusados narram passagens da vida da menina com extremo excesso de romantismo, induzido, certamente, pelos advogados (lembra-se do falso choro de Suzanne Von Richthofen?)(http://g1.globo.com/Noticias/SaoPaulo/0,,MUL386926-5605,00-EM+CARTAS+PAI+E+MADRASTA+DE+ISABELLA+DECLARAM+INOCENCIA.html). Pergunto: É normal um pai estar sendo acusado de matar uma filha, sabendo que há uma multidão de pessoas inconformadas, e não se manifestar à mídia (quando falo de "mídia" me refiro a imprensa competente)? Se ele realmente fosse/é inocente, não ganharia forças ao expor isso a sociedade, juntamente com o sentimento de justiça?

2a Questão
Por falar em sentimento de justiça, onde está o da mãe? Permita-me explicar, desde que vi a "mãe" de Isabella pela primeira vez, havia uma paz, uma calma, brotando de suas palavras... (http://video.globo.com/Videos/Player/Noticias/0,,GIM812365-7823-MAE+DE+ISABELLA+NARDONI+FALA+AO+FANTASTICO,00.html) Controlada? Ao extremo. Pacífica? Pode ser. São qualidades ótimas para superar a dor de uma perda. Mas, no depoimento do seu pai, ela seria um pouco "esquentadinha", diferente do que mostrara a todos nas raras aparições na tv... Esquentadinha? Uma pessoa com gênio forte, gritaria ao mundo sua dor, correria atrás da resolução do crime, como fez e faz o pai do menino Lucas, assassinado aqui na Bahia. Na única entrevista que deu, por telefone, à jornalista, a mãe de Isabella parecia conformada demais, reservada demais, direta e misteriosa. Não acusou ninguém e nem pediu o que todo brasileiro, hoje, gostaria: justiça para o caso. Mas, onde está mesmo a mãe de Isabella?

3a Questão
Observemos atentamente o que o "pai" diz que ocorreu. Vou tentar ser mais fiel aos fatos, esquecendo o sensacionalismo... Observem... O "pai" chega com a "madrasta" e os três filhos, incluindo Isabella, no prédio onde moram. Deixa a "madrasta" no carro com os dois filhos pequenos, sobe até o apartamento com Isabella, a coloca na cama, tranca o apartamento e desce pra ajudar a madrasta com seus outros filhos. Nessa descida pra pegar os outros filhos, uma pessoa entra no apartamento, espanca Isabella, asfixia até ela desmaiar, corta a grade de proteção do quarto de seus irmãos (Anh? Por que do quarto dos irmãos se ela dormia no seu quarto?), com tesoura e faca (segundo a perícia), e atira Isabella andar abaixo. Tudo isso em exatos seis minutos. Dá tempo?

4a Questão
Se realmente foi alguém que entrou no quarto de Isabella e fez isso, por que não se desconfia de ninguém? Por que não há nomes pra se investigar? Se o pai tem inimigos, por que não expor a polícia? Por que, de tantos apartamentos, seria logo esse o crime a acontecer? Não há nenhuma hipótese levantada de motivo de crime. Vingança, drogas... Nada! Se houve alguém a fazer isto, por que escolheria Isabella?

Desculpem-me, mais uma vez... Não cabe a mim julgar, eu sei. E, longe de mim, fazê-lo. A minha preocupação é que tudo acabe no esquecimento, como na maioria das vezes acontece. Isabella não é minha filha, nem minha parente, mas... quantas Isabellas existem por aí? Quantas vezes abrimos o jornal e lemos crimes chocantes que nunca tiveram explicação? A justiça não tem memória e está longe da perfeição. Há sempre falhas nas investigações, coisas que deveriam ser feitas e não fizeram.

Esse crime impressionou a todos, mas não é único. É mais normal do que se pensa. Pode parecer horrível em mentes normais, mas filho mata pai sim! Pai mata filho sim! Irmão mata irmão sim! E isso, todos os dias! Aquela estrutura de sociedade perfeita nunca existiu, só que hoje temos mais acesso por causa das informações imediatas.

Será que desvendarão esse caso? E, quanto tempo se passará até que todos esqueçam?