Filha do fotógrafo judeu-alemão Guilhermo Kahlo e de Matilde Calderón e Gonzalez, uma mestiça mexicana.
Em 1925, aos 18, sua vida mudou de forma trágica. Era setembro e o ônibus (novidade da época) em que Frida e o seu noivo Alejandro Gómez Arias estavam chocou-se em um trem. A pancada foi no meio do ônibus, onde estava sentado o jovem casal. Frida receberia todo o baque do acidente. Ela foi varada por um ferro que lhe atravessou o abdome, a coluna vertebral e a pélvis. Ela sofreu múltiplas fraturas, fez várias cirurgias (35 ao todo) e ficou muito tempo presa em uma cama.
O diagnóstico do acidente: ‘fraturas nas terceiras e quarta vértebras lombares; três fraturas na bacia; onze fraturas no pé direito (o atrofiado); luxação do cotovelo esquerdo; ferimento profundo no abdome (provocado por uma barra de ferro que entrou pelo quadril esquerdo e saiu pela vagina rasgando o lábio esquerdo); pentonite aguda e astite, precisando de sonda durante vários dias’. Frida era o retrato da má sorte e se achava assim: ‘E a sensação nunca mais me deixou, de que meu corpo carrega em si todas as chagas do mundo’.
Foi nessa dolorosa convalescença, que Frida começou a pintar freneticamente, quando a mãe pendurou um espelho em cima de sua cama. Frida sempre pintou a si mesma: ‘Eu pinto-me porque estou muitas vezes sozinha e porque sou o assunto que conheço melhor’. Suas angustias, suas vivências, seus medos e principalmente seu amor pelo marido, o pintor mexicano Diogo Rivera, com o qual se casa em 1929.
Após tantos altos e baixos vividos, seu estado de saúde piorou, e o colete antes de gesso, foi substituído por um de ferro que impedia até a sua respiração. Em 1946 sua coluna precisou ser operada. Com fortes dores na perna direita, em 1950 é tratada no Hospital Inglês durante todo o ano. Mas continua pintando. Os médicos diagnosticam a amputação da perna e ela entra em depressão. Pinta suas últimas obras, como ‘Natureza Morta (Viva a Vida)’. Em um ano (1950-1951), passa por sete operações na coluna, que infeccionam, graças ao colete de uso obrigatório. Em 2 julho de 1954 participa, em cadeira de rodas, da manifestação contra a intervenção americana na Guatemala.
Frida Kahlo viveu como Diego Rivera recomendou, um dia, a ela: ‘Pega da vida tudo o que ela te der, seja o que for, sempre que te interesse e possa dar certo.’ Ela costumava dizer que ‘a tragédia é o mais ridículo que há’ e ‘nada vale mais do que a risada’.

Diego Rivera descreveu em sua auto-biografia que o dia da morte de Frida foi o mais trágico de sua vida.
"Acreditavam que eu era surrealista, mas não o era. Nunca pintei meus sonhos. Pintei minha própria realidade".
(Frida Kahlo)
Nenhum comentário:
Postar um comentário