quinta-feira, 14 de fevereiro de 2008

BAGAGEM ABERTA

Huuummm... Estou chegando aqui, como quem chega de férias de algum lugar, notando cada detalhe, cada diferença que deixou pra trás. Não consegui esquecer o espaço onde exponho meu desabafo virtual. As coisas boas deixam saudade, sempre.

Na minha mala (fictícia), trago notícias. Não são, de um todo, boas, mas novidade é sempre novidade.

Gostaria de falar (ou escrever), um pouco, sobre um susto que levei nas últimas semanas, e que me fez pensar no real motivo que estamos aqui, nesse mundo. Minha mãe teve um princípio de AVC (vulgo derrame) poucos dias antes do meu aniversário e logo depois do Carnaval. Não preciso narrar o quanto foi triste ser uma das últimas a saber do ocorrido. E é mais triste ver uma pessoa tão forte como minha mãe, em uma cama de hospital. Nenhum filho merece ver isso.

Hoje, minha mãe se recupera, aos poucos, mas sua memória anda falha devido a pressão ter se elevado.

E não escrevo só pra lamentar o acontecido. Mas pra criticar tb (sempre, Nara Senna). E abrindo uma brecha, já começo achando inadmissível um paciente esperar na EMERGÊNCIA cerca de duas horas pra um atendimento primário. Só quem passa sabe que, cada minuto ao lado de doente, é uma eternidade. Imagine duas horas? Ah, e não posso esquecer de passar o que o atendente nos falou (a mim e a outros indignados com a situação): "Vc quer que eu tire um paciente pra colocar sua mãe no lugar? Ela está tão doente quanto todos." O detalhe é que minha mãe nem se comparava aos jovens que ali estavam, se queixando de ressacas, de dor de cabeça, e de um resfriado. Minha mãe estava desmaiando!!!! Nessas horas eu pensava no juramento que cada médico faz ao sair da faculdade, dizendo querer salvar tantas vidas quanto possa. Só havia 5 médicos na casa. 5 médicos pra dois andares de hospital! E o pior, de todos os hospitais baianos, só o que fomos parar atendia emergência pelo nosso convênio médico. E nem me questiono de quem é a culpa (se é do médico, se é do hospital, se é do despreparado atendente ou se é da gente mesmo, que "incomoda" precisando de ajuda). Mas, como no Brasil tudo se resolve no grito, depois que gritei, providenciaram um leito pra minha mãe, que pôde, enfim, descansar medicada. Enfim, como não devemos criticar sem ter soluções, o mínino que se deveria fazer na emergência é ter uma enfermeira avaliando cada caso, e dando prioridades aos mais necessitados. Não é justo uma espera para a primeira avaliação.

Com tudo isso, meu aniversário foi em casa, cuidando de meu maior presente: minha mãe. Até hj não sabemos, ao certo, o que ocasionou esse aumento de pressão. Porém, agradeço muito a Deus por ela estar bem e com saúde. Renasci de novo com tudo isso.

No mais, só há o que falar do Carnaval, que foi muito bom. Passei com meus amigos, e comemorei mais uma animação baiana. Frisando que 2 de fevereiro, aqui no Rio Vermelho, teve três dias de comemoração à Rainha do Mar. E, pra mim, foi mais que especial poder entregar suas rosas no mar, inéditamente. Deus, juntamente com Yemanjá, devem ter ajudado minha mãezinha.

Agora começa o ano, né? Depois de todas as festas, lavagens, shows, é hora de encarar os compromissos, estudar, trabalhar... Começo a Pós daqui há pouco. Escolhi com carinho o tema, para me ajudar na escolha profissional.

E vou seguindo, aos poucos. Com tudo se aprende mais. E aprendi muito. Como disse um certo filósofo, "Vencer não é competir com o outro. É derrotar os seus inimigos interiores. É a própria realização do ser." Não quero sucesso, não quero fama, não quero dinheiro fácil, quero apenas ser feliz com o meu mundo (e com a minha pequena e notável família).

Um comentário:

O Sibarita disse...

Olá Nara! Como está sua mãe, melhorou? Sinto que sim! Os nossos pais temos que cuidar, nos preocupar para que eles tenham uma velhice descente. Você é ouro em pó! Quantos pais não gostariam de ter uma filha igual a você? Sua preocupação e carinho com sua mãe demonstra o zelo por ela.

Realmente o que você narra é estarrecedor, a saúde pública no Brasil anda de moletas, quando precisamos de atendimento dá nisso, mas, não percamos a esperança de um dia melhorar.

Eu sei o que é isso porque meu pai mora comigo há 04 anos, não é fácil, ele tem 80 anos, por conta de uma queda adquiriu hidrocefalia o que obrigou a colocar uma válvula no cérebro único meio para sobreviver, além, de ter pressão alta constante chegando a 20X10 vez por outra.

Que bom você fazer pós! PARABÉNS! Jogue duro fia! O vencer é isso: ir passo a passo na construção do horizonte almeijado sem precisar pisar alguém! E sei que seus passos são iluminados, os bons Espíritos estão sempre na sua intuição.

Quando vai lá ao Centro sua menina?

Bjs
O Sibarita


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