Era um lindo jardim, recordo-me de ter aprendido a andar de bicicleta nele. Não era grande, nem tão florido, mas havia nele certa cumplicidade e reserva. Ali, onde passei a maioria da minha infância foi o cenário do encontro mais importante da minha vida.
Ela surgiu em uma janela alta, larga, mas não enfeitada como as outras. Era uma janela simples, de cimento. E ela estava no centro. Quando avistei, gritei, chamando a atenção de minha mãe e minha irmã. A sensação era que tínhamos achado um propósito, até então desconhecido, pra estamos em um lugar tão diferente da nossa realidade.
Em outro momento, já estava bem perto da gente, olhando-me com seu ar sério e seu olhar enviezado. Não estava triste, nem com raiva. Seu olhar continha mistério, como se quizesse me mostrar algo, mas não pudesse falar. E era só para mim que esse mistério era lançado.
Lembro-me de um conselho que ela deu, a respeito de mudanças, para minha mãe. Ela disse que tudo iria melhorar daqui pra frente, e que não precisaríamos mudar de cidade, nem de estado. As coisas iriam ser mais fáceis. Havia força nas suas palavras.
Era tudo muito encantador. Sabíamos que ela não poderia estar ali, que havia algum limite do que somos e do que estávamos a fazer ali, com ela. Sabíamos que aquele encontro era uma brecha do espiritual, a mostrar que não havia terminado.
A última pergunta que tinha a fazer era sobre nossa despedida. Mas não fora concluída. Ela saiu correndo e se escondeu. Permaneci atrás dela, como que duas crianças a brincar, e logo notei que já não estava mais ali, em nós. Sentei no chão do jardim e chorei...
Basta-me saber que não precisamos tocar em algo para acreditar que ele é real. Basta-me sentir que não é o concreto que precisa de provas, mas a nossa fé que precisa de estruturas. Basta-me, por si só, enxergar além disso tudo, o que nem todos conseguem ver, porque em mim vive a certeza.
Talvez, nunca haja uma despedida. Talvez, aqui, seja o começo de tudo, e lá, a continuação...
Ela surgiu em uma janela alta, larga, mas não enfeitada como as outras. Era uma janela simples, de cimento. E ela estava no centro. Quando avistei, gritei, chamando a atenção de minha mãe e minha irmã. A sensação era que tínhamos achado um propósito, até então desconhecido, pra estamos em um lugar tão diferente da nossa realidade.
Em outro momento, já estava bem perto da gente, olhando-me com seu ar sério e seu olhar enviezado. Não estava triste, nem com raiva. Seu olhar continha mistério, como se quizesse me mostrar algo, mas não pudesse falar. E era só para mim que esse mistério era lançado.
Lembro-me de um conselho que ela deu, a respeito de mudanças, para minha mãe. Ela disse que tudo iria melhorar daqui pra frente, e que não precisaríamos mudar de cidade, nem de estado. As coisas iriam ser mais fáceis. Havia força nas suas palavras.
Era tudo muito encantador. Sabíamos que ela não poderia estar ali, que havia algum limite do que somos e do que estávamos a fazer ali, com ela. Sabíamos que aquele encontro era uma brecha do espiritual, a mostrar que não havia terminado.
A última pergunta que tinha a fazer era sobre nossa despedida. Mas não fora concluída. Ela saiu correndo e se escondeu. Permaneci atrás dela, como que duas crianças a brincar, e logo notei que já não estava mais ali, em nós. Sentei no chão do jardim e chorei...
Basta-me saber que não precisamos tocar em algo para acreditar que ele é real. Basta-me sentir que não é o concreto que precisa de provas, mas a nossa fé que precisa de estruturas. Basta-me, por si só, enxergar além disso tudo, o que nem todos conseguem ver, porque em mim vive a certeza.
Talvez, nunca haja uma despedida. Talvez, aqui, seja o começo de tudo, e lá, a continuação...
(By Nara Senna)
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