Céu e terra estavam criados. Entre as margens da terra, o mar debatia-se em ondas; a terra estava repleta de animais. Mas não havia ainda nenhuma criatura onde o espírito pudesse alojar-se e que pudesse dominar o mundo.
Prometeu, então, chegou à terra. Descendia da antiga geração de deuses que tinham sido destronados por Zeus. Era filho de Jápeto e neto de Urano e Geia, e sabia que, no seio da terra, dormia a semente dos céus. Por isso apanhou argila, molhou-a com a água de um rio, amassou-a e com ela formou uma imagem à semelhança dos deuses, senhores do mundo. Para lhe dar vida, tomou emprestadas às almas dos animais características boas e más e colocou-as no peito do ser humano.
Prometeu tinha uma amiga entre os deuses celestes, Atena, deusa da sabedoria. Ela admirou a obra do filho dos titãs e insuflou naquela imagem semi-animada o sopro divino.
Assim surgiram os primeiros seres humanos, que logo povoaram a terra. Mas por muito tempo eles não souberam como fazer uso da centelha divina que tinham recebido. Vagavam como vultos de sonhos, tudo faziam sem plano algum. Prometeu, então, aproximou-se de suas criaturas, ensinou-as, e elas evoluiram, felizes.
...
No céu reinavam Zeus e seus filhos. Zeus derrotara o pai, Cronos, depondo a antiga geração de deuses e titãs, da qual Prometeu descendia. Nesta guerra contra Cronos apenas alguns Titãs tinham lutado ao lado de Zeus. Entre eles estavam Prometeu ("o que pensa antes") e seu irmão Epimeteu ("o que pensa depois"). Zeus agradeceu a Prometeu oferecendo proteção divina à recém criada humanidade. Mas negou aos mortais o último dom de que necessitavam para se manterem vivos: o fogo.
Prometeu, não se conformando com esta decisão injusta, roubou o fogo do Olimpo. Atrevimento fatal!
Irritado, Zeus concebeu um plano para se vingar. Pediu a Hefesto, deus do fogo, famoso por sua arte, para fazer uma estátua de pedra retratando uma linda donzela. A própria Atena trajou aquela escultura com um manto branco e reluzente, cobriu-lhe o rosto com um véu, coroou-lhe a cabeça com flores frescas e cingiu-a com um diadema de ouro. Hermes, o mensageiro dos deuses, emprestou a fala à maravilhosa criatura e Afrodite concedeu-lhe todo o encanto do amor.
Zeus chamou-lhe Pandora, "a que possui todos os dons”, a primeira mulher, divina na sua aparência mas, de facto, bastante humana. Hermes deu-lhe ainda uma magnífica caixa belamente ornamentada, e ordenou-lhe que nunca a abrisse. Em seguida levou a virgem à terra, e todos admiraram a sua beleza incomparável.
Apenas Prometeu resistia!
Então, ela aproximou-se de Epimeteu, o ingénuo irmão de Prometeu, que a recebeu com alegria. Casaram e no seu palácio Pandora colocou o presente de Hermes em lugar onde pudesse ser admirado por todos, resistindo à tentação de o abrir.
Epimeteu tinha em seu poder uma caixa que outrora lhe haviam dado os deuses, que continha todos os males. Avisou a mulher que não a abrisse. Pandora não resistiu à curiosidade. Abriu-a e os males escaparam. Por mais depressa que providenciasse fechá-la, somente conservou um único bem, a esperança. E dali em diante, foram os homens afligidos por todos os males.
Graças ao fechamento por Pandora da jarra no momento certo, os homens sofreriam não somente dos males (como os vicios, as pragas e a violência) mas, também, a primeira Empousa, uma criatura mitólogica palida, com olhos vermelhos e com um unico alimento: sangue, pricipalmente o de herois. De acordo com os mitos, tinha uma perna semelhante a de um burro e a outra de madeira, com cabelos de fogo. Graças ao fechamento por Pandora da jarra no momento certo, os homens sofreriam não somente dos males (como os vicios, as pragas e a violência) mas, também, a primeira Empousa, uma criatura mitólogica palida, com olhos vermelhos e com um unico alimento: sangue, pricipalmente o de herois. De acordo com os mitos, tinha uma perna semelhante a de um burro e a outra de madeira, com cabelos de fogo.
Essa criatura foi liberada do jarro, mas a humanidade não teve o conhecimento antecipado deles, o que provavelmente seria pior. Eles não viveriam o temor perpétuo dos males por vir, tornando suas vidas possíveis.
Obs: A mentalidade politeísta vê Pandora como a que deu ao homem a possibilidade de se aperfeiçoar através das provas e da adversidade (o que os monoteístas chamam de males). Ela lhe dá assim a força de enfrentar estas provas com a Esperança.
Na filosofia pagã, Pandora não é a fonte do mal; ela é a fonte da força, da dignidade e da beleza, portanto, sem adversidade o ser humano não poderia melhorar.
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