Estava a pesquisar nas redes de fofoca quando me deparei com uma famosa afirmando "Eu preciso de um companheiro". Na mesma hora, veio a vontade de escrever no meu cantinho particular (que não é tão particular assim...).
O curioso é tentar entender o porquê de uma pessoa famosa (não posso citar nome aqui), bonita e relativamente atraente estar a procura de um companheiro. E mais curioso ainda pensar porquê "companheiro" e não namorado, ou marido ou até mesmo ficante, já que até seria mais cômodo para ela (esse, talvez o motivo do meu escrito).
A palavra "companheiro" deriva de companhia, que é tão somente a presença de alguém, de fato, em nossas vidas. Acho um mimo quando ouço casais descrevendo suas relações assim.
Por muito tempo fiquei tentando entender o verdadeiro significado de palavras em nossas vontades. Quando se quer um homem pra casar, diz-se "procura-se marido". Quando se quer peguete de festa, diz-se "procura-se ficante". E quando fala-se "Eu preciso de um companheiro", o que isso transparece?
Você, caro leitor, na certa, já ouviu milhares de anúncios de "procura-se" por aí. Uns até mentirosos, com promessas de casa, comida e roupa lavada. A verdade é que todo mundo quer ter ao lado uma panela cheinha de amor pra dar, de desejo sexual e de um destino pra lá de romântico. E aí que vem os classificados prontinhos pra iludir e dissimular.
O que me compete aqui não é julgar o período de procura, mas me ater em um período pós-encontro, onde os casais já estão satisfeitos com seus votos de amor eterno. E é aí que volto à palavra "companheiro". O que isso significa dentro de uma relação? Será que tudo o que ansiamos antes de encontrar a pessoa amada pode ser, de verdade, o que vivemos atualmente?
União, estabilidade, satisfação para a sociedade, conforto? Ou apenas alguém que esteja ao seu lado, sempre, pro que der e vier? Vivo por aí a observar casais, sempre. E vejo que tudo o que se constrói em uma prospecção de relacionamento tende a se quebrar com o tempo. Vejo que o descaso, a insegurança e a separação são frequentes em relacionamentos duradouros. E talvez a única resposta esteja na falta de "companheirismo".
Companheirismo não está em palavras doces, em declarações de amor, em uma rosa ou em ditos "sempre faço o que vc quer". Companheirismo não envolve cobranças, nem abdicação de liberdade, nem falta de amor próprio. Pelo contrário, companheirismo é uma doação ao outro. É um abrir mão de ser quem é somente pelo fato de querer ser o que faz o outro feliz.
Companheiros de verdade se abraçam em situação de crise, se unem em situação de perigo, se envolvem em clima de amor. É um observar do que o outro precisa, do que apenas o confortaria naquela situação. Companheiros de verdade, estão ao lado na dor e na alegria, porque são feitos para acompanhar, para ajudar junto. E estar junto é menos complexo do que se pode imaginar. Aiii, e como é bom poder falar com os olhos, abraçar com as mãos, beijar com pensamentos...
Muitos casais estão bem, mas não são companheiros. E muitos casais são companheiros mesmo sem saberem que são. Talvez isso não seja fórmula, nem regra de felicidade. Porém, é uma chance a mais de dar certo.
Por isso, hoje deixo um recadinho para todos aqueles que visitam meu blog: Se vc quer fazer alguém feliz, primeiro doe-se. Deixe de olhar para si e comece a ver as maravilhas que há no outro.
Assim você jamais caminhará sozinho...
(Nara Senna)