segunda-feira, 21 de abril de 2014
O GATO E A ESPIRITUALIDADE
Quem não se relaciona bem com o próprio inconsciente não topa o gato. Ele aparece, então, como ameaça, porque representa essa relação precária do homem com o (próprio) mistério. O gato não se relaciona com a aparência do homem. Ele vê além, por dentro e pelo avesso. Relaciona-se com a essência. Se o gesto de carinho é medroso ou substitui inaceitáveis (mas existentes) impulsos secretos de agressão, o gato sabe. E se defende do afago. A relação dele é com o que está oculto, guardado e nem nós queremos, sabemos ou podemos ver. Por isso, quando surge nele um ato de entrega, de subida no colo ou manifestação de afeto, é algo muito verdadeiro, que não pode ser desdenhado. É um gesto de confiança que honra quem o recebe, pois significa um julgamento. O homem não sabe ver o gato, mas o gato sabe ver o homem. Se há desarmonia real ou latente, o gato sente. Se há solidão, ele sabe e atenua como pode, ele que enfrenta a própria solidão de maneira muito mais valente que nós. Nada diz, não reclama. Afasta-se. Quem não o sabe "ler" pensa que "ele" não está ali. Presente ou ausente, ele ensina e manifesta algo. Perto ou longe, olhando ou fingindo não ver, ele está comunicando códigos que nem sempre (ou quase nunca) sabemos traduzir. O gato vê mais e vê dentro e além de nós. Relaciona-se com fluídos, auras, fantasmas amigos e opressores. O gato é médium, bruxo, alquimista e parapsicólogo. É uma chance de meditação permanente a nosso lado, a ensinar paciência, atenção, silêncio e mistério. O gato é um monge silencioso, meditativo e sábio monge, a nos devolver as perguntas medrosas esperando que encontremos o caminho na sua busca, em vez de o querer preparado, já conhecido e trilhado. O gato sempre responde com uma nova questão, remetendo-nos à pesquisa permanente do real, à busca incessante, à certeza de que cada segundo contém a possibilidade de criatividade e de novas inter-relações, infinitas, entre as coisas. O gato é uma lição diária de afeto verdadeiro e fiel. Suas manifestações são íntimas e profundas. Exigem recolhimento, entrega, atenção. Desatentos não agradam os gatos. Bulhosos os irritam. Tudo o que precise de promoção ou explicação quer afirmação. Vive do verdadeiro e não se ilude com aparências. Ninguém em toda natureza aprendeu a bastar-se (até na higiene) a si mesmo como o gato! Lição de sono e de musculação, o gato nos ensina todas as posições de respiração ioga. Ensina a dormir com entrega total e diluição recuperante no Cosmos. Ensina a espreguiçar-se com a massagem mais completa em todos os músculos, preparando-os para a ação imediata. Se os preparadores físicos aprendessem o aquecimento do gato, os jogadores reservas não levariam tanto tempo (quase 15 minutos) se aquecendo para entrar em campo. O gato sai do sono para o máximo de ação, tensão e elasticidade num segundo. Conhece o desempenho preciso e milimétrico de cada parte do seu corpo, a qual ama e preserva como a um templo. Lição de saúde sexual e sensualidade. Lição de envolvimento amoroso com dedicação integral de vários dias. Lição de organização familiar e de definição de espaço próprio e território pessoal. Lição de anatomia, equilíbrio, desempenho muscular. Lição de salto. Lição de silêncio. Lição de descanso. Lição de introversão. Lição de contato com o mistério, com o escuro, com a sombra. Lição de religiosidade sem ícones. Lição de alimentação e requinte. Lição de bom gosto e senso de oportunidade. Lição de vida, enfim, a mais completa, diária, silenciosa, educada, sem cobranças, sem veemências, sem exigências. O gato é uma chance de interiorização e sabedoria, posta pelo mistério à disposição do homem." O gato é um animal que tem muito quartzo na glândula pineal, é portanto um transmutador de energia e um animal útil para cura, pois capta a energia ruim do ambiente e transforma em energia boa, -- normalmente onde o gato deita com frequência, significa que não tem boa energia-- caso o animal comece a deitar em alguma parte de nosso corpo de forma insistente, é sinal de que aquele órgão ou membro está doente ou prestes a adoecer, pois o bicho já percebeu a energia ruim no referido órgão e então ele escolhe deitar nesta parte do corpo para limpar a energia ruim que tem ali. Observe que do mesmo jeito que o gato deita em determinado lugar, ele sai de repente, poi ele sente que já limpou a energia do local e não precisa mais dele. O amor do gato pelo dono é de desapego, pois enquanto precisa ele está por perto, quando não, ele se a afasta. No Egito dos faraós, o gato era adorado na figura da deusa Bastet, representada comumente com corpo de mulher e cabeça de gata. Esta bela deusa era o símbolo da luz, do calor e da energia. Era também o símbolo da lua, e acreditava-se que tinha o poder de fertilizar a terra e os homens, curar doenças e conduzir as almas dos mortos. Nesta época, os gatos eram considerados guardiões do outro mundo, e eram comuns em muitos amuletos. "O gato imortal existe, em algum mundo intermediário entre a vida e a morte, observando e esperando, passivo até o momento em que o espírito humano se torna livre. Então, e somente então, ele irá liderar a alma até seu repouso final."
(Fonte: The Mythology Of Cats, Gerald & Loretta Hausman)
FILHO E PAI
" Há uma quebra na história familiar onde as idades se acumulam e se sobrepõem e a ordem natural não tem sentido: é quando o filho se torna pai de seu pai.
É quando o pai envelhece e começa a trotear como se estivesse dentro de uma névoa. Lento, devagar, impreciso.
É quando aquele pai que segurava com força nossa mão já não tem como se levantar sozinho. É quando aquele pai, outrora firme e instransponível, enfraquece de vez e demora o dobro da respiração para sair de seu lugar.
É quando aquele pai, que antigamente mandava e ordenava, hoje só suspira, só geme, só procura onde é a porta e onde é a janela - tudo é corredor, tudo é longe.
É quando aquele pai, antes disposto e trabalhador, fracassa ao tirar sua própria roupa e não lembrará de seus remédios.
E nós, como filhos, não faremos outra coisa senão trocar de papel e aceitar que somos responsáveis por aquela vida. Aquela vida que nos gerou depende de nossa vida para morrer em paz.
Todo filho é pai da morte de seu pai.
Ou, quem sabe, a velhice do pai e da mãe seja curiosamente nossa última gravidez. Nosso último ensinamento. Fase para devolver os cuidados que nos foram confiados ao longo de décadas, de retribuir o amor com a amizade da escolta.
E assim como mudamos a casa para atender nossos bebês, tapando tomadas e colocando cercadinhos, vamos alterar a rotina dos móveis para criar os nossos pais.
Uma das primeiras transformações acontece no banheiro.
Seremos pais de nossos pais na hora de pôr uma barra no box do chuveiro.
A barra é emblemática. A barra é simbólica. A barra é inaugurar um cotovelo das águas.
Porque o chuveiro, simples e refrescante, agora é um temporal para os pés idosos de nossos protetores. Não podemos abandoná-los em nenhum momento, inventaremos nossos braços nas paredes.
A casa de quem cuida dos pais tem braços dos filhos pelas paredes. Nossos braços estarão espalhados, sob a forma de corrimões.
Pois envelhecer é andar de mãos dadas com os objetos, envelhecer é subir escada mesmo sem degraus.
Seremos estranhos em nossa residência. Observaremos cada detalhe com pavor e desconhecimento, com dúvida e preocupação. Seremos arquitetos, decoradores, engenheiros frustrados. Como não previmos que os pais adoecem e precisariam da gente?
Nos arrependeremos dos sofás, das estátuas e do acesso caracol, nos arrependeremos de cada obstáculo e tapete.
E feliz do filho que é pai de seu pai antes da morte, e triste do filho que aparece somente no enterro e não se despede um pouco por dia.
Meu amigo José Klein acompanhou o pai até seus derradeiros minutos.
No hospital, a enfermeira fazia a manobra da cama para a maca, buscando repor os lençóis, quando Zé gritou de sua cadeira:e
— Deixa que eu ajudo.
Reuniu suas forças e pegou pela primeira vez seu pai no colo.
Colocou o rosto de seu pai contra seu peito.
Ajeitou em seus ombros o pai consumido pelo câncer: pequeno, enrugado, frágil, tremendo.
Ficou segurando um bom tempo, um tempo equivalente à sua infância, um tempo equivalente à sua adolescência, um bom tempo, um tempo interminável.
Embalou o pai de um lado para o outro.
Aninhou o pai.
Acalmou o pai.
E apenas dizia, sussurrado:
— Estou aqui, estou aqui, pai!
O que um pai quer apenas ouvir no fim de sua vida é que seu filho está ali. "
(Retirado do facebook -autor desconhecido)
quinta-feira, 31 de outubro de 2013
VIDA APÓS A VIDA (PARTE 3)
Sei que algumas pessoas possuem dúvidas e medos em relação ao desconhecido. Não as condeno nem julgo. Quando entrei na doutrina espírita, apesar de ter passado por contatos espirituais, minha única visão e lembrança eram filmes e novelas que nos assustavam e nos deixavam sem dormir. Tinha medo de que os espíritos fossem maus e que a minha vida virasse um eterno filme de terror.
Procurei a doutrina para ter paz, mas estava em guerra contra meus paradigmas. Levei meses para abrir meu primeiro livro espírita e não o fiz dentro de casa, receiosa de "atrair" ou "irritar" algo que há tempos vinha clamando pela minha atenção.
Vale ressaltar que as minhas experiências espíritas eram muito conflitantes. E até hoje ainda são.
Com o passar do tempo, a leitura de livros curiosos e de estudo, vi que a fase nublada estava passando em minha vida. Tinha palavras pra explicar, mas não tinha atitude pra enfrentar. E, mais uma vez, encontrei na doutrina espírita uma fonte de absorção de poder. Quando vejo pessoas narrando suas vidas, sinto mais força pra estar na minha, fazendo seja lá o que for. O bem se traduz na minha teimosia de continuar ali, querendo entender, querendo buscar.
Compreendo que cada um tem a sua missão, sua jornada. Não sou pior ou melhor porque desenvolvi minha mediunidade. Não sofro mais ou menos porque sou espírita. Vivo e cumpro um papel, o qual escolhi pra essa vida.
E, de tudo, extraio só a parte boa, que é a fé em Deus e no amor.
Aqui, deixo um vídeo interessante para quem quiser entender um pouco mais sobre Espiritismo.
VIDA APÓS VIDA (PARTE 2)
Minha maior dúvida em relação ao desenlace são as sensações que levamos para o outro lado. Leio muitas mensagens que dizem que devemos nos preparar para uma futura partida de uma forma menos dolorosa e mais responsável. E me preocupo quando vejo em demasiado alguns apegos morais e materiais criados na vida terrena.
Eis que me furto de uma explicação retirada da página:
http://www.grupopas.com.br/cadastroColuna/mostraArtigoColuna.do?id=98
Eis que me furto de uma explicação retirada da página:
http://www.grupopas.com.br/cadastroColuna/mostraArtigoColuna.do?id=98
6.1 Sensações Antes do Desenlace
Os laços que prendem o espírito ao corpo físico como se "afrouxam" durante doenças prolongadas que antecipam a morte do corpo físico, por isso, os moribundos desdobram com facilidade para a devida preparação junto à equipe responsável pelo seu desenlace.
Alguns espíritos que morrem em acidentes trágicos sentem antecipadamente o fim que os aguarda, sofrendo grande angústia no coração, muitas vezes inexplicáveis naquele momento, de alguma forma sabem o que os espera, contudo, nunca imaginam que um acidente os aguarda.
6.2 Sensações Durante o Desenlace
As variações de sensações durante o desligamento são muitas, sempre vinculadas ao padrão espiritual do desencarnante e ao seu apego ao mundo material.
Muitos se despedem do mundo sem obstáculos e sem desagradáveis incidentes. Inúmeras almas dormem longuíssimos sonos, outras nada percebem, na inconsciência infantil em que vazam as impressões.
Porém, para aqueles que já possuem uma certa evolução, as sensações são muitas e pouco agradáveis pelo que pude perceber nos livros.
O principal motivo para as perturbações que ocorrem durante o processo de desencarne é o padrão vibratório dos amigos e familiares que estão em volta do leito de morte.
Primeiro são os choros, chamados, gritos, angustias, medo, saudade e etc...
Depois, além desses sentimentos, temos as conversas egoístas ou de baixo padrão vibratório.
É fato que a vibração energética emitida pelos entes encarnados é de profunda influência no espírito em libertação.
Estamos considerando o período de desenlace do seu início até o rompimento do cordão de prata.
Durante esse meio tempo o espírito fica meio consciente (espíritos de média evolução), sente-se fraco, facilmente influenciável pelo ambiente, não consegue raciocinar direito e pode sentir as sensações da doença que o levou ao desencarne (caso não consiga manter o padrão vibratório superior).
Alguns que se encontram despertos são colocados para dormir para que o impacto das energias negativas não seja sentido, outros, são levados para a praia ou cachoeira para receberem as emanações positivas da natureza. Cada caso é um caso, onde o merecimento e o desprendimento são variáveis de grande peso.
Não podemos deixar de citar o exame imparcial que alma faz de todos os acontecimentos de sua vida, passando pela sua tela mental todos os acontecimentos. Retirei dois trechos muito interessantes sobre esse tema.
"Um fato digno de registro é que, no momento do desencarne, seja ele repentino ou não, a pessoa vê passar ante ela toda a vida que deixa, em seus mínimos detalhes, de trás para frente, isto é, do momento atual até quando a atual existência teve principio. Processo automático em que o indivíduo em questão, como expectador, avalia, de forma crua, sem adornos, sem enganos, o que construiu de permanente para si mesmo, bem como o tempo malbaratado, gasto em ilusões."
Narcí Castro de Souza, Projetando Luz, Um Guia de Aprendizado Espiritual.
Também André Luiz, no livro Evolução em Dois Mundos, nos fala sobre essa sensação.
"Assim como recapitula, nos primeiros dias da existência intra-uterina, no processo reencarnatório, todos os lances de sua evolução filogenética, a consciência examina em retrospecto de minutos ou de longas horas, ao integrar-se definitivamente em seu corpo sutil, pela histogênese espiritual, durante o coma ou a cadaverização do veículo físico, todos os acontecimentos da própria vida, nos prodígios de memória, a que se referem os desencarnados quando descrevem para os homens a grande passagem para o sepulcro."
6.3 Sensações Após o Desenlace
As variações de sensações após o desenlace são muitas e também estão diretamente vinculadas com a graduação espiritual e, com o estilo de vida que o espírito recém-liberto levou.
Todos os apegos, erros, divergências, prejuízos causados a outrem, vícios e etc, contribuem para "pesar" o corpo astral daquele que volta para os planos mais sutis de vida. O peso pode atrapalhar a ida para Colônias Espirituais ou Postos de Socorro, e dependo do erro pode impedir que as equipes desencarnacionistas encaminhem o recém-liberto, deixando-o ao léu.
Em casos mais graves os erros são tantos que ele acaba indo para subplanos inferiores, alguns se encontram abaixo da crosta (para maiores informações consultem o artigo O Plano Astral).
Esses "charcos" como Ramatís chama tem a finalidade de ajudar o espírito a expurgar as toxinas aderidas ao corpo espiritual, funciona como um processo de filtragem/lição para o espírito desregrado. Falaremos mais sobre esses "lugares" mais tarde.
Todos aqueles que buscaram se melhorar e fizeram o possível para deixar marcas positivas no coração dos que o acompanharam, recebem o benefício dos seus atos e pelas preces dos que ficaram são auxiliados. Regressam para Postos de Socorro ou Colônias espirituais, onde receberam o auxílio inicial para a adaptação ao novo plano de vida.
VIDA APÓS A VIDA
Nunca acreditei que fomos gerados somente com uma chance de viver toda a experiência eterna em um só corpo. É muito pouco tempo pra tanto aprendizado e tantas descobertas. Há, sim, uma consciência maior que justifica tudo, até mesmo coisas que não podemos justificar em nossa humilde percepção.
Hoje venho aqui para amenizar um pouco a saudade de pessoas que não estão mais entre nós, mas que fizeram parte da minha história e do meu crescimento. E, talvez, deixar um pouco do que acredito para que conforte corações dos que sofrem pela perda e dor.
ESPIRITISMO NA MINHA VIDA:
Sou espírita desde que tive a minha primeira experiência mediúnica, aos 16 anos. Ligada à uma doutrina católica, fui diagnosticada como doente, por ver e crer no que via. Foi difícil para mim ter opiniões tão rígidas com tão pouca idade. Mesmo assim, criei coragem e pesquisei meus medos. Pesquisei minha visão, pesquisei meu dom. Quando ingressei no Espiritismo Kardecista, encontrei explicações e ciências para tudo o que acontecia comigo, mesmo sendo ainda incrédula à artes do mundo espiritual. A dúvida sempre foi minha companheira, tanto para me fazer avançar, quanto para retroceder à minha fé.
Mas os sinais sempre me guiaram. E quando eu estava cega dos meus sentidos, eram as intuições que vinham de dentro para me alertar. Sempre foi assim e creio, sempre será. Nos momentos mais inexplicáveis, vi e ouvi avisos. Nas dores, dormia e acordava resignada. E bastava só uma conversa com Deus para que aquela angústia virasse uma brisa suave.
Tenho inúmeras experiências espirituais que dariam um livro. E gosto de conversar e saber mais sobre o que os outros passam também, porque sei que não estou sozinha no processo. Ainda preciso me focar mais na minha alma e nas minhas missões (sabendo da minha imperfeição) e busco sempre um elo com a paz e com o amor. Assim, caminho...
MINHA AVÓ Landinha E MINHA TIA Loló:
Ainda posso sentir a presença de cada uma delas, zelando por nós. Uma com mais amor, outra com menos compromisso. Sei que o que fiz não foi o bastante e que poderia ter sido menos egoísta nos momentos que desejei que elas ficassem. Mas, hoje tenho a certeza que elas me amaram mesmo assim.
O que me conforta em momentos de saudade é que sei que minha missão era pra que elas ficassem bem, e que amei cada uma delas de uma maneira especial. E sempre agradeço quando elas me visitam, em sonho, trazendo mensagens de conforto e de carinho.
Creio que no momento que partir, serei amparada por elas e por mais àqueles que não conheci e que fazem parte da minha família espiritual. E sei que tudo será azul e branco, como nos filmes.
Vó, agradeço suas mensagens e seu jeito de dizer "olá". Fico feliz por te ter pertinho, zelando e protegendo nossa família. Cuida de minha tia. Sempre quando lembro, ainda pratico aquela oração que você recitava antes de nós dormirmos.
"Com Deus me deito
Com Deus me levanto
Com a chave do sacrário
Meu corpo se tranca
Sai daqui inimigos
Não venha a minha família atentar
Com Jesus, Maria, José (e os espíritos de luz)
Agora eu vou me deitar...
À benção Papai do céu, à benção Mamãe do céu..."
E minha irmã sempre completava: "agora vamos dormir..."
segunda-feira, 28 de outubro de 2013
Christina Perry- A thousand years
Como é bom sentir-se viva! Como é bom olhar o nascer do sol e entender o que tudo significa, aqui dentro. Transbordo de um sentimento estranho, não-identificável, mas que está me trazendo um tremor bom de mudança de estação. Que bom estar assim.Sinto-me feliz.
Mil Anos
No dia que nos conhecemos,
Congelada eu prendi a respiração
Desde o início
Eu sabia que tinha encontrado uma casa para o meu coração bater depressa
Cores e promessas
Como ser corajosa
Como posso amar quando eu estou com medo de cair
Mas vendo você sozinho
Todas as minhas dúvidas de repente vão embora de alguma forma
Um passo mais perto
Eu morri todos os dias esperando por você
Querido, não tenha medo eu te amei
Por mil anos
Eu vou amar-te por mais mil
O tempo para
A beleza em tudo o que ela é
Eu serei corajosa
Eu não deixarei nada tirar
O que está na minha frente
Cada respiração
Toda hora caminhou pra isso
Um passo mais perto
Eu morri todos os dias esperando por você
Querido, não tenha medo eu te amei
Por mil anos
Eu vou amar-te por mais mil
E o tempo todo acreditei que te encontraria
O tempo trouxe o seu coração pra mim
Eu te amei por mil anos
Eu vou te amar por mais mil
Um passo mais perto
Eu morri todos os dias esperando por você
Querido, não tenha medo eu te amei
Por mil anos
Eu vou amar-te por mais mil
E o tempo todo acreditei que te encontraria
O tempo trouxe o seu coração pra mim
Eu te amei por mil anos
Eu vou te amar por mais mil
Eu amarei você por mil anos
domingo, 27 de outubro de 2013
Paramore-The only exception
A Única Exceção
Quando eu era mais jovem eu vi
Meu pai chorar e xingar ao vento
Ele quebrou seu próprio coração e eu assisti
Enquanto ele tentava remontá-lo
E minha mãe jurou que
Jamais se deixaria esquecer
E aquele foi o dia em que prometi que
Nunca iria cantar nada sobre amor se ele não existisse
Mas, querido, você é a única exceção
Bem, você é a única exceção
Bem, você é a única exceção
Bem, você é a única exceção
Talvez eu saiba em algum lugar
No fundo da minha alma que o amor nunca dura
E temos que encontrar outros meios
De fazermos sozinhos ou manter a cara séria
E sempre vivi assim
Mantendo uma distância confortável
E até agora tinha jurado para mim mesma que estou feliz com a solidão
Porque nada disso nunca valeu o risco
Bem, você é a única exceção
Bem, você é a única exceção
Bem, você é a única exceção
Bem, você é a única exceção
Tenho um forte controle sobre a realidade, mas não consigo
Deixar o que está aqui diante de mim
Sei que você vai embora pela manhã quando você acordar
Me deixe com alguma prova de que isso não foi um sonho, whoa
Você é a única exceção
Você é a única exceção
Você é a única exceção
Bem, você é a única exceção
Você é a única exceção
Bem, você é a única exceção
Você é a única exceção
Bem, você é a única exceção
E estou quase acreditando
Oh, e estou quase acreditando
sexta-feira, 25 de outubro de 2013
MAIS UM TEXTO DE JORDAN CAMPOS
Esse Jordan Campos é um mestre das palavras. Trocaria qualquer coisa por cinco minutos de prosa informal com esse cara!! Nada melhor do que ler seus textos quando, em algum momento, você precisa mesmo de palavras de apoio. Por isso, eis o que achei recentemente:
Como Terminar uma Relação que já Acabou (por Jordan Campos)
Este é um escrito para quem ama ou já amou sozinho. Para quem está sofrendo esperando a pressa de um gesto de resposta ao que sente
E só recebe o gosto amargo e jocoso de uma brincadeira cruel com seu coração - Não temos tempo a perder e a “vida é tão rara”.
Aos que não querem mais andar num círculo corrupto e inútil por um alguém. Caminho perdido que leva à doença da alma e do corpo por quem não vale à pena. Mesmo que seja o “amor” de sua vida. Quando por um bem maior que a pessoa nunca vai entender, pois ela é incapaz de sentir isso, e você não aguentar mais... Este é um escrito aos que precisam levantar a cabeça e se amar mais. Aos que precisam exorcizar a lesma paralítica do amor que te atrasa. Que se finge de douta no assunto e se acha numa razão esdrúxula e vã, se olhar de perto. E que detona suas esperanças num jogo corrupto apenas de algum interesse. Leia para você, mande para um Ser corrupto que te faz isso, ou para um amigo que precise acordar. Faça este favor e se recuse a vê-lo “ir na valsa enquanto a vida passa”. Entenda que o fraco jamais perdoa, pois o perdão é apenas virtude dos fortes. E você é o forte. Acorde!!!
Quando o “eu te amo” ficar unilateral...
Quando você reformar na sua capacidade o que puder por amor e o do outro lado uma favela de orgulho ainda existir...
Quando a pessoa te fizer de palhaço inventando saudades...
Quando você estiver preferindo a chuva que dissimule suas lágrimas sinceras... Quando você notar que do outro lado se repete a mesma coisa que te cobra, e isso virar hipocrisia... Quando um coração sangra e há uma pessoa que corruptamente drena a manutenção de um rio cruel de sangue, como um vampiro ávido... Cuidado com sua alma – Esta pessoa não merece mais um minuto de você.
A real tragédia da vida é quando os homens têm medo da luz.
E esta luz está no ato corajoso de lutar por alguém, por amor.
A escuridão está no ato desta pessoa te fazer refém dela, dando pingos nos “is” de forma direta ou indireta. Somos alimentados pela expectativa de amar e sermos amados, simplesmente.
Às vezes existe muita crueldade em tentar manter uma relação em que não se quer mais nada. O pior que pode se fazer é dar expectativa nos gestos, olhares, pedidos ou palavras a alguém que não temos capacidade de amar. Nunca brinque com os sonhos de alguém.
Todos erram um dia e aprendem no outro, não seja um juiz de merda e tente fazer isso por si mesmo. Se você não consegue entender a lógica de aprendizado da vida “peça pra sair”. O buraco que abrirá depois não te fará aguentar, então corra. O amor deve perdoar todos os pecados, menos um pecado contra o próprio amor. Ao invés de num carnaval estender uma placa de: “volte e me abrace”. Piche em um outdoor na frente da casa do sinistro Ser: “chega, uma dia quando você aprender o que é amor, me procure, pois vou estar amando outra pessoa.”
Pare de ligar sua televisão emocional e assistir sempre ao mesmo programa, que mostra como você sofreu com determinada perda: isso o estará apenas envenenando, e nada mais. Não há nada mais perigoso que rompimentos amorosos que não são aceitos, promessas de emprego que não têm data marcada para começar, decisões que sempre são adiadas em nome do "momento ideal". Antes de começar um capítulo novo, é preciso terminar o antigo: diga a si mesmo que o que passou, jamais voltará! Lembre-se de que houve uma época em que podia viver sem aquilo, sem aquela pessoa - nada é insubstituível - um hábito não é uma necessidade. Pode parecer óbvio, pode mesmo ser difícil, mas é muito importante: Quem quer errar, erra. Quem quer ganhar, ganha. Quem quer trair, trai. Quem quer ir, vai logo. Quem quer amar, não desiste.
Porém... Quem ainda não sabe o que quer, inventa tolas desculpas.
E acaba ferindo de mais. Cansando o amor. Dando um belo tiro no pé.
Agora levante daí, espalhe a poeira... Você está vivo.
Sei que não vai ser fácil conviver com a memória de seu esforço jogado no lixo pelo outro. Nem com as fotos, os vídeos, as lutas, os sorrisos, os choros, os nascimentos e mortes que passaram juntos.
Dê uma chance ao que você tem de lindo, pois você sabe mudar, sabe ir, sabe fazer a diferença... Com certeza você deve ser visto por muitos como uma pessoa especial que faz, que gera esperança, que sabe tocar corações... Com certeza do outro lado você vai encontrar o típico modelo “Gabriela – nasci e vou morrer assim...”
Então lave as mãos e recomece. Olhe para o lado.
Com certeza tem alguém aí querendo tanto isso.
Aperte eject ou isso tudo vai te ejetar de você.
Cate os caquinhos. Você é lindo. Você venceu.
Você fez sua parte. Sua insistência foi louvável e anotada no livrinho de Deus. Sorria, pois de novo: “a vida é tão rara”.
*Jordan Campos é terapeuta transpessoal clínico, especialista em relacionamentos, transtornos ansiosos e trauma.
Este é um escrito para quem ama ou já amou sozinho. Para quem está sofrendo esperando a pressa de um gesto de resposta ao que sente
E só recebe o gosto amargo e jocoso de uma brincadeira cruel com seu coração - Não temos tempo a perder e a “vida é tão rara”.
Aos que não querem mais andar num círculo corrupto e inútil por um alguém. Caminho perdido que leva à doença da alma e do corpo por quem não vale à pena. Mesmo que seja o “amor” de sua vida. Quando por um bem maior que a pessoa nunca vai entender, pois ela é incapaz de sentir isso, e você não aguentar mais... Este é um escrito aos que precisam levantar a cabeça e se amar mais. Aos que precisam exorcizar a lesma paralítica do amor que te atrasa. Que se finge de douta no assunto e se acha numa razão esdrúxula e vã, se olhar de perto. E que detona suas esperanças num jogo corrupto apenas de algum interesse. Leia para você, mande para um Ser corrupto que te faz isso, ou para um amigo que precise acordar. Faça este favor e se recuse a vê-lo “ir na valsa enquanto a vida passa”. Entenda que o fraco jamais perdoa, pois o perdão é apenas virtude dos fortes. E você é o forte. Acorde!!!
Quando o “eu te amo” ficar unilateral...
Quando você reformar na sua capacidade o que puder por amor e o do outro lado uma favela de orgulho ainda existir...
Quando a pessoa te fizer de palhaço inventando saudades...
Quando você estiver preferindo a chuva que dissimule suas lágrimas sinceras... Quando você notar que do outro lado se repete a mesma coisa que te cobra, e isso virar hipocrisia... Quando um coração sangra e há uma pessoa que corruptamente drena a manutenção de um rio cruel de sangue, como um vampiro ávido... Cuidado com sua alma – Esta pessoa não merece mais um minuto de você.
A real tragédia da vida é quando os homens têm medo da luz.
E esta luz está no ato corajoso de lutar por alguém, por amor.
A escuridão está no ato desta pessoa te fazer refém dela, dando pingos nos “is” de forma direta ou indireta. Somos alimentados pela expectativa de amar e sermos amados, simplesmente.
Às vezes existe muita crueldade em tentar manter uma relação em que não se quer mais nada. O pior que pode se fazer é dar expectativa nos gestos, olhares, pedidos ou palavras a alguém que não temos capacidade de amar. Nunca brinque com os sonhos de alguém.
Todos erram um dia e aprendem no outro, não seja um juiz de merda e tente fazer isso por si mesmo. Se você não consegue entender a lógica de aprendizado da vida “peça pra sair”. O buraco que abrirá depois não te fará aguentar, então corra. O amor deve perdoar todos os pecados, menos um pecado contra o próprio amor. Ao invés de num carnaval estender uma placa de: “volte e me abrace”. Piche em um outdoor na frente da casa do sinistro Ser: “chega, uma dia quando você aprender o que é amor, me procure, pois vou estar amando outra pessoa.”
Pare de ligar sua televisão emocional e assistir sempre ao mesmo programa, que mostra como você sofreu com determinada perda: isso o estará apenas envenenando, e nada mais. Não há nada mais perigoso que rompimentos amorosos que não são aceitos, promessas de emprego que não têm data marcada para começar, decisões que sempre são adiadas em nome do "momento ideal". Antes de começar um capítulo novo, é preciso terminar o antigo: diga a si mesmo que o que passou, jamais voltará! Lembre-se de que houve uma época em que podia viver sem aquilo, sem aquela pessoa - nada é insubstituível - um hábito não é uma necessidade. Pode parecer óbvio, pode mesmo ser difícil, mas é muito importante: Quem quer errar, erra. Quem quer ganhar, ganha. Quem quer trair, trai. Quem quer ir, vai logo. Quem quer amar, não desiste.
Porém... Quem ainda não sabe o que quer, inventa tolas desculpas.
E acaba ferindo de mais. Cansando o amor. Dando um belo tiro no pé.
Agora levante daí, espalhe a poeira... Você está vivo.
Sei que não vai ser fácil conviver com a memória de seu esforço jogado no lixo pelo outro. Nem com as fotos, os vídeos, as lutas, os sorrisos, os choros, os nascimentos e mortes que passaram juntos.
Dê uma chance ao que você tem de lindo, pois você sabe mudar, sabe ir, sabe fazer a diferença... Com certeza você deve ser visto por muitos como uma pessoa especial que faz, que gera esperança, que sabe tocar corações... Com certeza do outro lado você vai encontrar o típico modelo “Gabriela – nasci e vou morrer assim...”
Então lave as mãos e recomece. Olhe para o lado.
Com certeza tem alguém aí querendo tanto isso.
Aperte eject ou isso tudo vai te ejetar de você.
Cate os caquinhos. Você é lindo. Você venceu.
Você fez sua parte. Sua insistência foi louvável e anotada no livrinho de Deus. Sorria, pois de novo: “a vida é tão rara”.
*Jordan Campos é terapeuta transpessoal clínico, especialista em relacionamentos, transtornos ansiosos e trauma.
terça-feira, 22 de outubro de 2013
SOBRE O CRIME ENVOLVENDO EMANUEL E EMANUELLE
Voltar ao passado, ninguém pode. Mas, buscar o entendimento é a coisa mais sensata a se fazer hoje...
Olha a explicação dada por Jordan Campos, terapeuta clínico e especialista em trauma e transtornos ansiosos nas redes sociais. Vale a pena ler.
SOBRE O CASO DOS IRMÃOS EMANUEL E EMANUELLE:
Para saber sobre o acidente, clica aqui.
Olha a explicação dada por Jordan Campos, terapeuta clínico e especialista em trauma e transtornos ansiosos nas redes sociais. Vale a pena ler.
SOBRE O CASO DOS IRMÃOS EMANUEL E EMANUELLE:
Para saber sobre o acidente, clica aqui.
Uma outra visão da tragédia dos irmãos mortos. (Por Jordan Campos)
Você já ouviu falar em hipervigilância? Sabe o que significa? Vamos lá para entender isso e onde eu quero chegar. Hipervigilância é um estado físico com alto impacto emocional e sensorial causado por excesso de adrenalina circulante no organismo que não é anulada. E
Você já ouviu falar em hipervigilância? Sabe o que significa? Vamos lá para entender isso e onde eu quero chegar. Hipervigilância é um estado físico com alto impacto emocional e sensorial causado por excesso de adrenalina circulante no organismo que não é anulada. E
Esta adrenalina em excesso é provocada principalmente por estresse...
e medo constantes. Quando ficamos adrenérgicos (hipervigilantes), nossos cinco sentidos e percepção psicológica têm o volume aumentado. Vou exemplificar. Suponha que você está andando na rua indo comprar pão e de repente um Pit Bull aparece na sua frente. Neste momento seu sistema nervoso autônomo libera uma alta carga de adrenalina no seu organismo para que você realize apenas duas coisas a escolher: enfrentar ou fugir do cão. Seus membros ganham fluxo de sangue rápido que sai das vísceras (daí o popular frio na barriga) e sua crença (o que você acredita que pode acontecer, ou por ter ouvido falar ou por ter visto) escolhe. Suponhamos que você escolhe fugir. Sai correndo e o cão atrás de você. Você corre como nunca antes correu e tem um muro na sua frente, de uma casa, e você que está acima do peso e não faz ginástica olímpica pula sem pestanejar e está a salvo do pit Bull que enfia o focinho no muro. Quando você cai do outro lado do muro seu corpo está com pressão elevada, altos batimentos cardíacos, temperatura alterada, pupilas um pouco dilatadas, respiração em hiperventilação. Até que alguém chega, vê a situação e lhe ampara. Te acalma e diz: “já passou, já passou, você está a salvo”. Te dá água, lhe manda respirar e sua crença atualiza para: “escapei”. Então para que você não tenha um ataque cardíaco em poucos instantes o corpo libera outras substâncias rapidamente para anular a adrenalina circulante, principalmente acetilcolina, e tudo volta ao normal. Ou seja, você entrou e saiu rápido do estado de vigilância. Mas o caso aqui é a hipervigilância, que ocorre quando as substâncias que deveriam atuar anulando a adrenalina não são disparadas porque NÃO há crença de que o PERIGO PASSOU.
Vamos a outro exemplo para a coisa ficar bem didática: você aluga um filme de terror para assistir. Escolhe a noite para a sessão. O filme é forte e seu corpo entende que aquilo te assusta, que você corre certo perigo (quem pensa isso é o sistema autônomo), e libera adrenalina para que você enfrente ou fuja do que está acontecendo. Mas você nem desliga a TV ou entra no filme e mata o monstro (enfrentar), nem deixa o filme rolando na sala e vai fazer outra coisa (fugir). Então a adrenalina fica ali e você fica hipervigilante. E seus sentidos aumentam o volume. O filme acaba e você vai deitar. O que acontece? Você deita em hipervigilância e com a audição aumentada escuta barulhos estranhos (que todos os dias estão ali, mas você não escuta) e se assusta mais ainda. Aquele ventinho que todo dia passa pela sua perna e você nem sente, nesta noite, pelo seu tato estar aumentado parece uma mão passando em você... Pronto – terror noturno e uma noite em claro, até que um rivotril, maracujina, etc possam fazer o papel do enfrentar ou fugir que você não fez. No outro dia você fica sem energia, mas a rotina acaba lhe trazendo para o presente e tudo acaba normalizando.
Agora o fator social que vivemos. Ligamos a TV e vemos crimes, mortes, terrorismo, filhos matando pais, casas sendo invadidas, crianças e adultos sendo violentados, casas de show pegando fogo e matando a todos, motociclistas roubando carros, crimes bestiais... Todo mundo fala “cuidado, a cidade está perigosa”. “Feche o vidro, tranque a porta, não estamos seguros – a qualquer momento algo pode lhe acontecer” ... E liberamos adrenalina para enfrentar ou fugir disso, mas não conseguimos fazer nem uma coisa nem outra e viramos expectadores passivos da “nossa hora chegar”, e a adrenalina não vai embora e nos transformamos em hipervigilantes. Estouramos por qualquer coisa, vivemos nos assustando, estressados, nosso sono fica leve, ficamos um pouco melancólicos pela impotência em resolver este conflito. Ficamos fóbicos e em pânico por não termos mais o controle. Mais medo, medo, medo... Com os sentidos aumentados e hiperbolizados, nos transformamos em bombas prontas a explodir. Misture isso ao estresse do dia a dia, e isso vira quase atômico.
Orla de Salvador, Ondina. Testemunhas contam que uma moto com duas pessoas em cima é vista batendo no vidro de uma Esportage e uma discussão rápida a acontecer. Ninguém sabe o que de fato aconteceu neste momento, nem o que foi dito. As imagens seguintes mostram a moto em alta velocidade sendo seguida do carro, também em alta velocidade numa via de baixa velocidade. Logo em seguida o carro bate na moto que voa para o acostamento, e em seguida perde o controle e bate também. Infelizmente morrem os irmãos Emanuele e Emanuel. A médica Kátia Pereira viva, é removida ao hospital. Um clamor popular se acende. Tentar explicar e ponderar neste momento é complicadíssimo e mesmo com as imagens, talvez seja ainda prematuro tentar entender o todo. O que se sabe é que existe um crime tipificado pelas Leis do Brasil. Se o crime é doloso (intenção de matar) ou culposo (sem intenção de matar) só a justiça vai decidir. No clamor, todos vão obviamente defender as vidas que foram ceifadas e que jamais voltarão a estar com suas famílias e vão entender que foi intencional. Triste caso, horrível fim. Quem eram os hipervigilantes ali que hiperbolizaram o simples pelos seus medos e instintos adrenérgicos?
- Quem dirigia a moto e foi tirar satisfação era o hipervigilante?
- A médica que notadamente perseguiu a moto de acordo com as imagens era a hipervigilante?
- Os dois?
Por que a moto corria tanto e por que a médica ia atrás? Ela, que tem ficha limpa, era conhecida por ser calma e uma pessoa normal de repente surtou e inventou de perseguir e matar duas pessoas em cima de uma moto? Eles, os irmãos mortos, gente do bem e de família sem passagem alguma também, fizeram alguma ameaça para serem perseguidos e aparentemente pisarem fundo na moto?
No meu olhar terapêutico a única explicação foi o pico de adrenalina do momento que provocou um entorpecimento dos sentidos de ambos e uma reação desmedida por conta de crenças internas, medo, raiva e etc da médica. A hipervigilância foi a base da tragédia - a médica infelizmente, talvez tenha perdido o controle, mas acredito que friamente ela não teve condições de raciocinar que iria matar, não posso acreditar que ela quis matar racionalmente, embora seja isso que nossa justiça interna quer entender. Queremos reparo, queremos justiça para nós também - por estarmos nessa droga de hipervigilância em conjunto. A possível discussão no trânsito e o bater no vidro do carro foram a infeliz faísca que acionou instintos irracionais e automáticos de defesa, das duas partes, com base nas crenças sociais e individuais de cada qual ali presentes, e resultou em uma tragédia. Eu tenho uma filha, e nem sei o que faria se algo acontecesse assim. É agramatical e assustador pensar nisso. Alguém vai ter que pagar por isso, e será a médica, querendo ou não ela é a pessoa viva resultante deste evento. O que passou na cabeça dela e dos irmãos, e o que realmente aconteceu na mente de cada qual nunca vamos saber. Eu acredito que o ocorrido foi uma fatalidade culposa vitimada pela hipervigilância. Acredito... A não ser que tenhamos provas de que a médica tinha comportamento suspeito, surrava os filhos e a mãe, e tinha traços de psicopatia para entender que ela quis ali naquele momento adrenérgico realmente matar. Se for assim que ela mofe na cadeia, mas e se não for? Se o instinto da hipervigilância for uma das explicações para o fato? Difícil.
Saldo da hipervigilância: Temos dois mortos. Uma médica ré primária. Um dos melhores advogados criminalistas do País contratado pela família da médica. Provas objetivas e situações subjetivas ainda a tentar encaixar. Temos o poder legislativo que mostra o que deve ser feito. Provavelmente a médica não será presa, responderá em liberdade, será perseguida, ultrajada, terá que mudar de cidade e tomar remédios para depressão por muito tempo e procurar um terapeuta que a faça compreender o que aconteceu. Teremos uma família e amigos com uma dor imensa que nada irá curar, apena o tempo a talvez amenizar. Por fim, nos resta uma reflexão profunda do momento de crise que vivemos, de caos na emoção, de hipervigilância... Que pode nos FAZER que provoquemos, sem querer ou premeditar reagir, tentado enfrentar ou fugir de algo, UMA TRAGÉDIA contra nós e todos. E vamos pagar por isso. Não estou aqui defendendo ninguém, nem acusando. Não sou legislador ou advogado. Minha intenção aqui no máximo é fazer refletir com um olhar terapêutico. Crimes devem ser punidos e dores consoladas.
Nunca fui "treinada" para enxergar os dois lados da questão, mas o fiz a minha vida inteira por conta dos aprendizados que me testaram. Não defendo, nem julgo e, principalmente, não me considero melhor do que ninguém diante de algumas fatalidades. Apenas acredito que ninguém está livre de que suas vidas sejam dilaceradas e transformadas em vazio, quer por seu ato, quer pelo ato dos outros.
Vamos a outro exemplo para a coisa ficar bem didática: você aluga um filme de terror para assistir. Escolhe a noite para a sessão. O filme é forte e seu corpo entende que aquilo te assusta, que você corre certo perigo (quem pensa isso é o sistema autônomo), e libera adrenalina para que você enfrente ou fuja do que está acontecendo. Mas você nem desliga a TV ou entra no filme e mata o monstro (enfrentar), nem deixa o filme rolando na sala e vai fazer outra coisa (fugir). Então a adrenalina fica ali e você fica hipervigilante. E seus sentidos aumentam o volume. O filme acaba e você vai deitar. O que acontece? Você deita em hipervigilância e com a audição aumentada escuta barulhos estranhos (que todos os dias estão ali, mas você não escuta) e se assusta mais ainda. Aquele ventinho que todo dia passa pela sua perna e você nem sente, nesta noite, pelo seu tato estar aumentado parece uma mão passando em você... Pronto – terror noturno e uma noite em claro, até que um rivotril, maracujina, etc possam fazer o papel do enfrentar ou fugir que você não fez. No outro dia você fica sem energia, mas a rotina acaba lhe trazendo para o presente e tudo acaba normalizando.
Agora o fator social que vivemos. Ligamos a TV e vemos crimes, mortes, terrorismo, filhos matando pais, casas sendo invadidas, crianças e adultos sendo violentados, casas de show pegando fogo e matando a todos, motociclistas roubando carros, crimes bestiais... Todo mundo fala “cuidado, a cidade está perigosa”. “Feche o vidro, tranque a porta, não estamos seguros – a qualquer momento algo pode lhe acontecer” ... E liberamos adrenalina para enfrentar ou fugir disso, mas não conseguimos fazer nem uma coisa nem outra e viramos expectadores passivos da “nossa hora chegar”, e a adrenalina não vai embora e nos transformamos em hipervigilantes. Estouramos por qualquer coisa, vivemos nos assustando, estressados, nosso sono fica leve, ficamos um pouco melancólicos pela impotência em resolver este conflito. Ficamos fóbicos e em pânico por não termos mais o controle. Mais medo, medo, medo... Com os sentidos aumentados e hiperbolizados, nos transformamos em bombas prontas a explodir. Misture isso ao estresse do dia a dia, e isso vira quase atômico.
Orla de Salvador, Ondina. Testemunhas contam que uma moto com duas pessoas em cima é vista batendo no vidro de uma Esportage e uma discussão rápida a acontecer. Ninguém sabe o que de fato aconteceu neste momento, nem o que foi dito. As imagens seguintes mostram a moto em alta velocidade sendo seguida do carro, também em alta velocidade numa via de baixa velocidade. Logo em seguida o carro bate na moto que voa para o acostamento, e em seguida perde o controle e bate também. Infelizmente morrem os irmãos Emanuele e Emanuel. A médica Kátia Pereira viva, é removida ao hospital. Um clamor popular se acende. Tentar explicar e ponderar neste momento é complicadíssimo e mesmo com as imagens, talvez seja ainda prematuro tentar entender o todo. O que se sabe é que existe um crime tipificado pelas Leis do Brasil. Se o crime é doloso (intenção de matar) ou culposo (sem intenção de matar) só a justiça vai decidir. No clamor, todos vão obviamente defender as vidas que foram ceifadas e que jamais voltarão a estar com suas famílias e vão entender que foi intencional. Triste caso, horrível fim. Quem eram os hipervigilantes ali que hiperbolizaram o simples pelos seus medos e instintos adrenérgicos?
- Quem dirigia a moto e foi tirar satisfação era o hipervigilante?
- A médica que notadamente perseguiu a moto de acordo com as imagens era a hipervigilante?
- Os dois?
Por que a moto corria tanto e por que a médica ia atrás? Ela, que tem ficha limpa, era conhecida por ser calma e uma pessoa normal de repente surtou e inventou de perseguir e matar duas pessoas em cima de uma moto? Eles, os irmãos mortos, gente do bem e de família sem passagem alguma também, fizeram alguma ameaça para serem perseguidos e aparentemente pisarem fundo na moto?
No meu olhar terapêutico a única explicação foi o pico de adrenalina do momento que provocou um entorpecimento dos sentidos de ambos e uma reação desmedida por conta de crenças internas, medo, raiva e etc da médica. A hipervigilância foi a base da tragédia - a médica infelizmente, talvez tenha perdido o controle, mas acredito que friamente ela não teve condições de raciocinar que iria matar, não posso acreditar que ela quis matar racionalmente, embora seja isso que nossa justiça interna quer entender. Queremos reparo, queremos justiça para nós também - por estarmos nessa droga de hipervigilância em conjunto. A possível discussão no trânsito e o bater no vidro do carro foram a infeliz faísca que acionou instintos irracionais e automáticos de defesa, das duas partes, com base nas crenças sociais e individuais de cada qual ali presentes, e resultou em uma tragédia. Eu tenho uma filha, e nem sei o que faria se algo acontecesse assim. É agramatical e assustador pensar nisso. Alguém vai ter que pagar por isso, e será a médica, querendo ou não ela é a pessoa viva resultante deste evento. O que passou na cabeça dela e dos irmãos, e o que realmente aconteceu na mente de cada qual nunca vamos saber. Eu acredito que o ocorrido foi uma fatalidade culposa vitimada pela hipervigilância. Acredito... A não ser que tenhamos provas de que a médica tinha comportamento suspeito, surrava os filhos e a mãe, e tinha traços de psicopatia para entender que ela quis ali naquele momento adrenérgico realmente matar. Se for assim que ela mofe na cadeia, mas e se não for? Se o instinto da hipervigilância for uma das explicações para o fato? Difícil.
Saldo da hipervigilância: Temos dois mortos. Uma médica ré primária. Um dos melhores advogados criminalistas do País contratado pela família da médica. Provas objetivas e situações subjetivas ainda a tentar encaixar. Temos o poder legislativo que mostra o que deve ser feito. Provavelmente a médica não será presa, responderá em liberdade, será perseguida, ultrajada, terá que mudar de cidade e tomar remédios para depressão por muito tempo e procurar um terapeuta que a faça compreender o que aconteceu. Teremos uma família e amigos com uma dor imensa que nada irá curar, apena o tempo a talvez amenizar. Por fim, nos resta uma reflexão profunda do momento de crise que vivemos, de caos na emoção, de hipervigilância... Que pode nos FAZER que provoquemos, sem querer ou premeditar reagir, tentado enfrentar ou fugir de algo, UMA TRAGÉDIA contra nós e todos. E vamos pagar por isso. Não estou aqui defendendo ninguém, nem acusando. Não sou legislador ou advogado. Minha intenção aqui no máximo é fazer refletir com um olhar terapêutico. Crimes devem ser punidos e dores consoladas.
Nunca fui "treinada" para enxergar os dois lados da questão, mas o fiz a minha vida inteira por conta dos aprendizados que me testaram. Não defendo, nem julgo e, principalmente, não me considero melhor do que ninguém diante de algumas fatalidades. Apenas acredito que ninguém está livre de que suas vidas sejam dilaceradas e transformadas em vazio, quer por seu ato, quer pelo ato dos outros.
segunda-feira, 21 de outubro de 2013
Letra de hoje:
Tempo Rei
Gilberto Gil
Não me iludo
Tudo permanecerá
Do jeito que tem sido
Transcorrendo
Transformando
Tempo e espaço navegando
Todos os sentidos...
Pães de Açúcar
Corcovados
Fustigados pela chuva
E pelo eterno vento...
Água mole
Pedra dura
Tanto bate
Que não restará
Nem pensamento...
Tempo Rei!
Oh Tempo Rei!
Oh Tempo Rei!
Transformai
As velhas formas do viver
Ensinai-me
Oh Pai!
O que eu, ainda não sei
Mãe Senhora do Perpétuo
Socorrei!...
Pensamento!
Mesmo o fundamento
Singular do ser humano
De um momento, para o outro
Poderá não mais fundar
Nem gregos, nem baianos...
Mães zelosas
Pais corujas
Vejam como as águas
De repente ficam sujas...
Não se iludam
Não me iludo
Tudo agora mesmo
Pode estar por um segundo...
Tempo Rei!
Oh Tempo Rei!
Oh Tempo Rei!
Transformai
As velhas formas do viver
Ensinai-me
Oh Pai!
O que eu, ainda não sei
Mãe Senhora do Perpétuo
Socorrei!...(2x)
Tudo permanecerá
Do jeito que tem sido
Transcorrendo
Transformando
Tempo e espaço navegando
Todos os sentidos...
Pães de Açúcar
Corcovados
Fustigados pela chuva
E pelo eterno vento...
Água mole
Pedra dura
Tanto bate
Que não restará
Nem pensamento...
Tempo Rei!
Oh Tempo Rei!
Oh Tempo Rei!
Transformai
As velhas formas do viver
Ensinai-me
Oh Pai!
O que eu, ainda não sei
Mãe Senhora do Perpétuo
Socorrei!...
Pensamento!
Mesmo o fundamento
Singular do ser humano
De um momento, para o outro
Poderá não mais fundar
Nem gregos, nem baianos...
Mães zelosas
Pais corujas
Vejam como as águas
De repente ficam sujas...
Não se iludam
Não me iludo
Tudo agora mesmo
Pode estar por um segundo...
Tempo Rei!
Oh Tempo Rei!
Oh Tempo Rei!
Transformai
As velhas formas do viver
Ensinai-me
Oh Pai!
O que eu, ainda não sei
Mãe Senhora do Perpétuo
Socorrei!...(2x)
Quem se atreve a ser sincero?
Esse mundo é meio louco, mesmo. Tudo está às avessas e parece que nada satisfaz a ponto de sermos entendidos.
Estava, eu e meus botões, questionando sobre o fato de sermos sinceros e verdadeiros em algumas situações. Principalmente nós, mulheres, que já gostamos de falar, temos uma necessidade incomum de tentar traduzir o que sentimos, mesmo que isso fuja da nossa percepção.
Nas minhas observações, percebo que há duas situações bem aparentes nesse ato: uma é que nem todos estão preparados para ouvir o que temos a dizer (mesmo que seja uma verdade universal), e a outra, não menos importante, é quem realmente se interessa em doar um tempo para ouvir e para entender a necessidade daquele desabafo.
Já dizem alguns terapeutas que o mundo seria bem melhor se as pessoas ouvissem mais às outras. E isso é a grande verdade (e talvez a destruidora da carreira dos psicólogos). E quem não se sentiria melhor depois de um belo bate-papo informal com alguém que só quer ajudar?
Mas, voltando ao assunto "entendimento", que é a causa maior dos conflitos internos (e externos), penso que o ser humano é um complexo de informações cruzadas. Exige verdade absoluta, sinceridade e fazem o maior drama se a confiança (um dos principais requisitos de entrega à sentimentalidade) for quebrada e a máscara cair. Todavia, quando a mesma "verdade" (coloco entre aspas porque cada um tem a sua) é exposta e todos são fielmente entregues àquilo, soa falso, e talvez até uma ofensa cruel. Estranho, né?
Por exemplo, em um ambiente do trabalho onde o chefe tem que escolher qual dos dois está mais apto à promoção, vir com aquela desculpa de "fulaninho ganhou porque tem um bom currículo" cai melhor do que dizer "ciclano me parece desinformado pra essa responsabilidade"(mesmo que essa seja a verdade que todos sabem). Talvez, a verdade obscura, escondida na cabeça de todos, seja a que está faltando pra alguém mudar ou melhorar. Mas, quem se atreve a ser sincero?
"Sem liberdade de criticar, não existe elogio sincero."
(Pierre Beaumarchais)
Outro motivo da sinceridade estar escondida atrás das mentes é o tempo. Parar pra explicar um pensamento dá trabalho e é cansativo. E, digamos, nada convencional pro mundo onde tudo é feito, explicado, condensado, amassado, triturado, fluidificado em segundos... Talvez fique mais fácil mentir do que expor àquela opinião que não vai agradar.
Ainda assim acredito no poder de uma boa sinceridade. Ela abre portas, traduz universos, deixa à mostra tudo o que o ser humano foi treinado pra esconder. E corajoso é quem a pratica, dando sua cara à tapa e mostrando que pode, sim, falar o que pensa.
Nara Senna
Recomendo assistir: O PRIMEIRO MENTIROSO
Recomendo ler: SINCERO - A HISTORIA REAL E BEM-HUMORADA DE UM HOMEM QUE TENTOU VIVER SEM MENTIR
quarta-feira, 2 de outubro de 2013
quarta-feira, 11 de setembro de 2013
SOBRE A ESCRITA (Clarice Linspector)
Sobre a Escrita…
Meu Deus do céu, não tenho nada a dizer. O som de minha máquina é macio.
Que é que eu posso escrever? Como recomeçar a anotar frases? A palavra é o meu meio de comunicação. Eu só poderia amá-la. Eu jogo com elas como se lançam dados: acaso e fatalidade. A palavra é tão forte que atravessa a barreira do som. Cada palavra é uma idéia. Cada palavra materializa o espírito. Quanto mais palavras eu conheço, mais sou capaz de pensar o meu sentimento.
Devemos modelar nossas palavras até se tornarem o mais fino invólucro dos nossos pensamentos. Sempre achei que o traço de um escultor é identificável por um extrema simplicidade de linhas. Todas as palavras que digo – é por esconderem outras palavras.
Qual é mesmo a palavra secreta? Não sei é porque a ouso? Não sei porque não ouso dizê-la? Sinto que existe uma palavra, talvez unicamente uma, que não pode e não deve ser pronunciada. Parece-me que todo o resto não é proibido. Mas acontece que eu quero é exatamente me unir a essa palavra proibida. Ou será? Se eu encontrar essa palavra, só a direi em boca fechada, para mim mesma, senão corro o risco de virar alma perdida por toda a eternidade. Os que inventaram o Velho Testamento sabiam que existia uma fruta proibida. As palavras é que me impedem de dizer a verdade.
Simplesmente não há palavras.
O que não sei dizer é mais importante do que o que eu digo. Acho que o som da música é imprescindível para o ser humano e que o uso da palavra falada e escrita são como a música, duas coisas das mais altas que nos elevam do reino dos macacos, do reino animal, e mineral e vegetal também. Sim, mas é a sorte às vezes.
Sempre quis atingir através da palavra alguma coisa que fosse ao mesmo tempo sem moeda e que fosse e transmitisse tranqüilidade ou simplesmente a verdade mais profunda existente no ser humano e nas coisas. Cada vez mais eu escrevo com menos palavras. Meu livro melhor acontecerá quando eu de todo não escrever. Eu tenho uma falta de assunto essencial. Todo homem tem sina obscura de pensamento que pode ser o de um crepúsculo e pode ser uma aurora.
Simplesmente as palavras do homem.
Clarice LispectorExtraído do Projeto Releituras
sábado, 7 de setembro de 2013
MAIS UM POST FALANDO DAS VERDADEIRAS MÚSICAS
Tá... Não quero ser repetitiva, mas não tem como falar de música e não assistir esse vídeo, feito em 21 de outubro de 67. Naquela época, por mais precárias as condições de áudio e vídeo, havia um algo mais ditado para nossos ouvidos. Era a música construída em cima de sentimentos e variáveis. E isso realmente importava!! Tem coisa melhor do que a gente pegar uma letra e destrinchar em cima de costumes, mensagens ocultas e sensações? Quanta coisa se descobre ao escutar músicas como estas?
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